terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Crise na educação

No jornal O Globo de 05 de fev, pág. 06, foi publicado no espaço Tema em Discussão, a crise na educação. Tanto nos comentário feitos pelo editor, como na opinião do presidente do Conselho Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Sr. Roberto Boclin, podemos pinçar a seguinte conclusão: A educação continua sendo tratada como objeto de pouco valor social. Propostas são criadas e divulgadas pelos governos e naufragam na primeira crise financeira. Desta vez o sepultamento da famigerada CPMF, foi a responsável pelo corte de gastos que atingiu diretamente a educação. Num país em que o Chefe do Executivo (sem hipocrisia) alcançou o cargo máximo do país sem uma formação acadêmica adequada, não seria de se surpreender o descaso com que a educação é tratada. Afinal, para que tanta educação se, através de greves, movimentos sindicais, discursos demagógicos, prisão, muita prisão, pode-se chegar a tal cargo. Que exemplo nos dá nosso Presidente?
Que alternativa nos resta? Conhecemos os problemas e as soluções, por que não conseguimos resolver esta crise? O investimento pesado na educação, pouparia a longo prazo, boa parte do dinheiro que é gasto em projetos socias, como o bolsa-escola ou bolsa-família. A rede de ensino não consegue preparar o indivíduo para o mercado de trabalho. Não lhe oferece instrumentos de sustentação social através do conhecimento. A mobilidade social que a educação de qualidade é capaz de oferecer, fica restrita a classe média e em raras excessões aos mais pobres, que sepultam o futuro nas escolas públicas, onde professores mau pagos, alunos com sérias deficiências sociais e familiares convivem numa tentativa vã de consolidar o sonho do ensino-aprendizagem de qualidade.
Soma-se a este quadro, a violência que, fora de controle, alcança as carteiras escolares, submetendo estes alunos a mais um obstáculo. A balança histórica que envolve a escola e a qualidade de ensino oferecido, nos deixa a seguinte mensagem: Nas décadas de 40,50 e 60 o ensino era de melhor qualidade, mas deficiente e de pouco alcance; na atualidade o ensino alcança a grande massa, mas condena aqueles que tem acesso a ele, a uma escola vazia de conteúdos didáticos-pedagógicos, com professores mau pagos, alunos desmotivados e a um futuro sem grandes expectativas. Excessões existem,mas são poucas no cenário trágico que se instalou ao longo dos anos de descaso. O Brasil paga um alto preço por esta política educacional. O povo brasileiro merce uma educação melhor.

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